" A meio caminho entre o amarelo e o vermelho, o cor de laranja é a mais actínica* das cores. Entre o dourado celeste e o vermelho etoniano, esta cor simboliza, principalmente, o ponto de equilíbrio do espírito e da líbido. Mas se este equilíbrio tende a romper-se, num sentido ou no outro, o cor de laranja torna-se, então, a revelação do amor divino, ou o emblema da luxúria.
No primeiro caso, é, sem dúvida, a túnica de cor de acafrão dos monges budistas e a cruz de veludo cor de laranja dos Cavaleiros do Espírito Santo.(...) As Musas, que aparecem segundo certas versões como as filhas do Céu e da Terra, vestir-se-iam também com cor de açafrão. (...)
(...)Mas o equilíbrio do espírito e da líbido é algo tão difícil que o cor de laranja se torna também a cor simbólica da infidelidade e da luxúria. Este equilíbrio, segundo as tradições que remontam ao culto da Terra-Mãe, era procurado na orgia ritual, que devia conduzir à revelação e à sublimação iniciáticas. Diz-se que Dionísio usava vestes cor de laranja."
* actínica provém da palavra grega actis, que significa sol; e ica ou ico, que significa "relativo a"; assim obtemos o significado etimológico de "relacionado com os raios do sol".
in "dicionário dos símbolos" , jean chevalier & alain gheerbrant , 1ª edição em 1982
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