sexta-feira, 14 de junho de 2019

o sagrado e os rituais do quotidiano :: o lugar, o ser e o estar


 Existe um lugar ... um espaço ... onde se consegue encontrar sempre a paz e o equilíbrio que o espírito demanda… Esse lugar é sagrado ... e cada um tem o SEU.

O Meu Lugar... o Nosso Lugar, está repleto de horas de entrega,de momentos dedicados ao criar, ao cuidar e ao contemplar...
ao procurar e ao encontrar ... e também ao saber largar...

Um lugar que reflecte amor.
Um lugar de profunda gratidão.
Um lugar para o qual estamos sempre presentes.


A nossa HORTA.
O nosso SER.
E neste momento, agora mesmo. Neste PRESENTE.Temos tudo:: 



terça-feira, 22 de maio de 2018

« E se vier chuva?....»

    O elemento da ÁGUA e os seus simbolismos...




 ÁGUA « As significações simbólicas da água podem reduzir-se a três temas dominantes: fonte de vida, meio de purificação e centro de regenerescência. Estes três temas encontram-se nas tradições mais antigas e formam as combinações imaginárias mais díspares, ao mesmo tempo que as mais coerentes.
 As  águas, massa indiferenciada, representam a infinidade dos possíveis, contêm todo o virtual, o informal, o germe dos germes, todas as promessas de desenvolvimento, mas também todas as ameaças de reabsorção.
 Mergulhar nas águas, para delas imergir sem se dissolver totalmente, salvo por uma morte simbólica, é regressar às fontes, reabastecer-se num imenso reservatório de energia e dele beber uma força nova: fase passageira de regressão e de desintegração, condicionando uma fase progressiva de reintegração e de regenerescência.»


 "quando mergulha-mos na água... em imersão ....todo o nosso corpo fica coberto, em contacto... abraçado. nada nos abraça em vida como a água"

 BANHO « A virtude purificadora e regeneradora do banho é bem conhecida e atestada, tanto no profano como no sagrado, pelo seu uso claro em todos os povos, em todos os lugares e em todos os tempos.  Podemos dizer que o banho é universalmente o primeiro dos ritos que sancionam as grandes etapas da vida, principalmente o nascimento, a puberdade e a morte. O simbolismo do banho associa os significados do acto de imersão e do elemento água.
 A imersão é, para o psicanalista, uma imagem da regressão uterina. Satisfaz uma necessidade de repouso, de segurança, de ternura, de recuperação, sendo o regresso à matriz original um regresso à fonte da vida. A imersão, voluntariamente consentida, e que é uma espécie de enterramento, é a aceitação de um momento de esquecimento, de renúncia à sua própria responsabilidade, de um "pôr-se fora de jogo", de vacuidade. »





 CASCATA «Contrapõe-se ao rochedo, no par fundamental (montanha e água), como yin e yang. O seu movimento descendente alterna com o movimento ascendente da montanha, o seu dinamismo alterna com a impassibilidade do rochedo. É o símbolo da impermanência oposto ao da imutabilidade. Apesar da cascata como entidade continuar, ela nunca permanece a mesma...
 O filósofo Heráclito já tinha observado isto: num mesmo rio, jamais é a mesma água que corre; observação que ele coloca na base da teoria sobre a evolução perpétua dos seres e sobre o paradoxo do pensamento que pretende imobilizar as coisas que se movem em definições fixas.
 As gotas de água que compõem a cascata são renovadas em cada segundo: o mesmo se pode dizer da manifestação, composto puramente ilusório, segundo o Budismo.
 O movimento descendente da cascata significa igualmente o movimento da actividade celeste, proveniente do motor imóvel, portanto do Imutável, e manifesta as suas possibilidades infinitas: a água estagnada seria a imagem do que se manifesta imóvel, de onde partem todas as manifestações e onde elas acabam por ser reabsorvidas.»


  "Vem banhar-te nas águas... mergulhar no rio... ficar nas cascatas... em imersão..." 

 RIO « O simbolismo do rio, do fluir das suas águas, é ao mesmo  tempo o da possibilidade universal e o da fluidez das formas, o da fertilidade, da morte e da renovação. Num rio pode-se considerar quer a descida da corrente para o oceano, quer a subida da corrente até à nascente, quer a travessia de um lado para o outro.
 A descida para o oceano é a reunião das águas, o regresso à indiferenciação, ao Nirvana; a subida é evidentemente o regresso à Fonte Divina, ao Princípio; a travessia é a de um obstáculo que separa dois domínios, dois estados: o mundo fenomenal e o estado de não-vinculação.
 
(...)Descendo as montanhas, insinuando-se através dos vales, perdendo-se nos lagos ou nos mares, o rio simboliza a própria existência humana e o seu curso: a sucessão dos desejos, dos sentimentos, das intenções... e a variedade dos seus desvios.
 (...)Continuado a teoria de Heráclito: "aqueles que entram nos mesmos rios recebem a corrente de muitas e muitas águas e as almas exalam as substâncias húmidas".  Platão utilizará uma fórmula mais breve, ao dizer : " não é possível entrar duas vezes no mesmo rio".
 (...) No sentido simbólico do termo, penetrar num rio, é para a alma entrar num corpo. O rio adquiriu o significado do corpo. 

 (...) O corpo possui uma existência precária, corre como a água, e  cada alma possui o seu corpo particular, esta parte efémera da sua existência, o seu rio.»


  " E se vier chuva? ... 
 ... A chuva trás consigo a possibilidade de um arco-íris."

  CHUVA « A chuva é universalmente considerada como o símbolo das influências celestes recebidas pela terra. É um facto evidente que ela é o agente fecundador do solo, que dela obtêm fertilidade. Daí os inúmeros ritos agrários com vistas a chamar a chuva: exposição ao sol, apelo da tempestade através da forja, danças diversas... Mas esta fertilidade estende-se a outros domínios além do sol: Indra, divindade do raio, dá a chuva aos campos, mas fecunda também animais e as mulheres. O que desce do céu para a terra, é também a fertilidade do espírito, a luz, as influências espirituais.»

 ARCO-ÍRIS « O arco-íris é caminho e meditação entre a terra e o céu. É a ponte de que se servem os deuses e os heróis entre o outro mundo e o nosso. (...) Na Escandinávia é a ponte de Byfrost; no Japão a ponte flutuante do céu; a escada das 7 cores através da qual Buda torna a descer do céu. a mesma ideia se encontra do Irão a África e da América do Norte à China. No Tibete o arco-íris não é propriamente a ponte, mas a alma dos soberanos que se ergue para o céu(...) o lugar de passagem.»


in "dicionário dos símbolos" , Jean Chevalier & Alain Gheerbrant , 1ª edição em 1982

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terça-feira, 21 de março de 2017

Rituais ... no equinócio de primavera . OSTARA


◒ Equinócio de Primavera ◒


{Dia e Noite iguais | Dia em que se agradece a "luz"... em rituais que despertam e activam a "semente" geradora de vida | Noite em que se acendem as fogueiras em comunidade e partilha o início das sementeiras | o recolher dos preparados biodinâmicos | o contemplar do renascer da natureza}

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Equilibrío . acender ritualisticamente a fogueira, simbolizando o retorno da luz, o nascimento, a criação ... Deixar o fogo arder.

Purificar do corpo . tempo de desintoxicar o corpo dos excessos invernais, principalmente cuidar dos rins, do fígado e sistema adrenal. Colher dente-de-leão, urtigas, morugem e amor-de-hortelão, para medicina em forma de tisanas de raíz e folhas de dente-de-leão, caldos e sopinhas de urtigas, saladas de morugem, sumo de amor-de-hortelão,pesto de rúcula, cataplasmas de tanchagem... vinagres e tinturas que nutrem e limpam o sangue, os órgãos, o corpo...

Renascer do espírito . purificar a casa, limpar a energia, colher o alecrim que floresce, fazer coroas, chás e incenso. Este aroma que limpa, aclara os pensamentos, trás a concentração e permite a entrada da criatividade e criação primaveril...
   
Abençoar a terra . pedir à terra que germine as sementes... fazer a promessa de que vamos cuidar em vida e honrar em morte...

 OSTARA . Festival das Sementes,
. quando o sol , entra a 0º do signo de carneiro .
Ponto cardeal: Este E
Elemento: Ar Alchemy air symbol.svg
Estação: Primavera

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{20 de março às 10:29h}

sexta-feira, 3 de março de 2017

RITOS :: A Queima da Velha e a Sagração da Primavera



  O ritual da «queima da velha», «o enterro do bacalhau», «a morte do entrudo»... representações simbólicas da separação do ano velho em relação ao novo que acaba de nascer (final do Inverno e chegada da Primavera), rituais ancestrais que acompanham o ciclo da vida e da própria natureza , o contínuo processo de nascimento, vida, morte e retorno que constitui o eterno ciclo ...


   Atribui-se-lhe fins mágico-profilácticos de purificação e excomunhão de poderes considerados maléficos. 

   É a catarse final... a purificação das almas por meio de uma descarga emocional, de um deslumbramento delirante, de uma purga mental... Onde se "exorciza" os males do ano velho, onde a escuridão, a fome, a doença e a tristeza ... são "queimadas" pelo fogo, fecha-se um ciclo ... aceita-se a sua "morte" e deixa-se ir para que algo novo possa surgir...


  E o fogo ilumina em nós a certeza de que a natureza renasce sempre a partir da morte,
a morte liga-nos à vida não nos separa... assim como à noite sucede sempre o amanhecer e ao inverno sucede invariavelmente a primavera...


  ...e por trás de nós, a Oeste, ao começo do crepúsculo vespertino, aparece a Lua na sua fase germinante, ao seu lado Vénus como estrela da tarde visível pelo seu grande brilho na constelação de Peixes
 
{ 01 mar. 2017 }
Quarta-feira de Cinzas
a Sagração da Primavera 

|sol ⊙ em peixes ♋ lua ☽ em carneiro ♈|

domingo, 5 de fevereiro de 2017

Rituais ... no retorno da Luz . IMBOLC .


{Dia do retorno do sol, dos dias longos | Noite em que se acendem as fogueiras, quais rodas solares ... coroas de velas, estrelas caídas do céu, que nos iluminam na terra | rituais que despertam e activam o fogo criador | tempo de purificação e renascimento espiritual | benção das sementes | acompanhar o despertar da terra}

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Activar o fogo . apagar ritualisticamente as lareiras, limpar e voltar a acender, simbolizando o retorno da luz, o nascimento, a criação ... acender velas, muitas velas, colocá-las nos cantos da casa, em círculo, na rua, às janelas... Deixar sair a Luz que levamos dentro... o nosso Fogo Interno, criativo, criador... Deixar o fogo arder.

Purificar do corpo . tempo de desintoxicar o corpo dos excessos invernais, principalmente cuidar dos rins, fígado e sistema adrenal. Colher dente-de-leão, urtigas, morugem e amor-de-hortelão, para medicina em forma de tisanas de raíz e folhas de dente-de-leão, caldos e sopinhas de urtigas, saladas de morugem, sumo de amor-de-hortelão, vinagres e tinturas ... limpar o sangue, os órgãos, o corpo.

Renascer do espírito . purificar a casa, limpar a energia, colher o alecrim que floresce, fazer coroas, chás e incenso. Este aroma que limpa, aclara os pensamentos, trás a concentração e permite a entrada da criatividade.
   
Benção das sementes . pedir à terra que abençoe as sementes, as faça germinar, crescer, florir, frutificar... prometer que vamos cuidar e proteger ... agradecer tudo o que já nos deu e também a promessa de tudo o que ainda está para vir



 IMBOLC . Festival das Luzes,
. quando o sol , entra a 15º do signo de aquário .
Ponto cardeal: Nordeste NE
Elemento: Água+Ar Alchemy water symbol.svgAlchemy air symbol.svg
Estação: a passagem do Inverno para Primavera

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{4 de fevereiro}

... a vinda da luz e a celebração das velas ...
 

sexta-feira, 27 de janeiro de 2017

a.cor.dar.



a.cor.dar. acordar para... despertar . deixar de dormir. deixar o estado de sono . passar a notar . atentar o detalhe . aperceber-se de algo. reparar em algo . conscientizar-se de ...


  "Acordar" no sentido de "despertar" vem do Latim CORDATUS, "cordato, de juízo prudente", já que uma pessoa prudente se mantém desperta sempre que necessário.

 E CORDATUS vem de COR, "coração".
 A raiz etimológica da palavra “coração”, ou seja, cor ou cordis, deu origem a várias palavras:

Concordar” formada do latim con + cordis, isto é, com o coração. Quando duas pessoas concordam é porque seus corações estão juntos ou unidos. 

“Discordar” por outro lado, é o oposto. Vem do latim dis (separar) + cordis. Quem discorda, portanto, afasta-se do coração do outro.

“Recordar” por sua vez, quer dizer "trazer de novo ao coração". A expressão "saber de cor" também vem directamente do latim: “saber de coração”, saber de cor, isto é, de memória.

"Coragem" que também deriva do latim cor. Para os antigos romanos, o coração era a fonte da coragem.

  A-cor-dar... Significa então... dar cor, colocar o coração em tudo que faz... Dar com o Coração.