nu.vem , palavra feminina do latim nubes.
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Nuvens... São partículas diminutas
de água ou gelo em
suspensão na atmosfera, condensadas em massas de diversas formas e
aspectos, diversas densidades e variadas colorações.
As nuvens mudam constantemente a sua forma pela acção dos ventos e a sua côr sob a acção da luz.
As nuvens mudam constantemente a sua forma pela acção dos ventos e a sua côr sob a acção da luz.
São elas que constituem a origem das chuvas.
Neblina, névoa, nevoeiro, de nebula, diminutivo de nubes. É alusão à sensação de se estar numa nuvem. Algo nebuloso é uma coisa que não se pode distinguir bem porque está meio oculto. Núbilo e nubiloso “nublado, coberto por nuvens”.
Nubifrágio, nubes com frangere, “partir,
quebrar. romper”, significando “aguaceiro, chuva forte”. Como se a
própria nuvem tivesse se partido e derramado toda a sua carga de
repente.
Nubívago, nubes com vagare, “vagar, errar, deslocar-se sem destino”. Significa “pessoa que vive nas nuvens”.
Nefelibata tem origem do grego "nephele" (nuvem) e "batha", (em que se pode andar). O que anda nas nuvens. Próprio de quem vive nas nuvens. Que vive sonhando ... que se afasta da realidade. Indivíduo que, dominado por um suposto ideal, não atende aos factos da vida... Idealista. Sonhador.
NUVEM . "A nuvem reveste-se simbolicamente de diversos aspectos, dos quais os principais se referem à sua qualidade confusa e mal definida; à sua qualidade de apoteoses e de epifanias (associadas à neblina).
(...)
No esoterismo islâmico, a nuvem (al´-ama) é o estado principal, incognoscível, de Alá, antes da manifestação. Na própria manifestação, e na vida corrente, a nebulosidade é uma noção demasiado familiar para ser necessário insistir nela. Ela esconde, escreve L.C. de Saint-Martin, os brilhos da luz que sulcam por vezes as trevas humanas, porque os nossos sentimentos não conseguiriam suportar esse brilho.
A epifania de Alá na sombra duma nuvem é evocada pelo Alcorão, mas não à maneira do Pai Eterno das imagens clássicas. Segundo a interpretação esotérica, as nuvens são a divisória que separa dois graus cósmicos.
Na China antiga, as nuvens brancas ou coloridas desciam sobre os outeiros dos sacrifícios felizes e elevavam-se dos túmulos dos Imortais, que subiam ao céu sobre as nuvens. As nuvens vermelhas eram particularmente propícias... desprendeu-se uma de Lao-tse.
(...)
Na tradição chinesa, a nuvem indica a transformação de que o sábio deve ser objecto para se "aniquilar". As nuvens dissolvendo-se no éter não são apenas proezas do habokis, mas símbolo do sacrifício que o sábio deve aceitar renunciando ao seu ser perecível para conquistar a eternidade. E Lilianne Bron-Guerry cita, nesse sentido, um pensamento de Tchuang Tse: Discípulos tornem-se perfeitamente semelhantes ao éter ilimitado, libertem-se dos vossos pensamentos e dissolvam as vossas almas, sejam o nada e tenham uma alma temporal.
Palavras que fazem lembrar as do estrangeiro em Le spleen de Paris, a quem Baudelaire faz dizer: Amo as nuvens... as nuvens que passam... ao longe... ao longe... as maravilhosas nuvens!
Quanto ao papel da nuvem produtora de chuva, é óbvio que é entendido em relação com a manifestação da actividade celeste. O seu simbolismo liga-se ao de todas as fontes de fecundidade: chuva material, revelações proféticas, teofanias. Na mitologia grega, Néfele é essa nuvem mágica, com formas semelhantes às da Hera, que Zeus usou para desviar os desejos libidinosos de Íxion. Da união desta nuvem com Íxion nasceram os Centauros. (...)As nuvens, nas crenças órficas, de que Aristófanes se teria feito eco na sua comédia, estão ligadas ao símbolo da água e, por conseguinte, da fecundidade... filhas do oceano e vivendo em ilhas ou perto de fontes. A nuvem é o símbolo da metamorfose viva, não num dos seus pontos, mas sim no seu próprio devir."
in "dicionário dos símbolos" , jean chevalier & alain gheerbrant , 1ª edição em 1982
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